"desculpe, qual é a senha?"

Não é novidade para ninguém que hoje é praticamente impossível sair à rua sem levar o telemóvel atrás. Seja no bolso, na carteira, ou - como eu vejo - na mão. Eu admito que ando sempre com o meu, mas também passo dias sem lhe tocar.

Antigamente ía um grupo de amigos para o café, juntavam-se à volta de uma mesa e falavam dos amores e desamores, dos filmes e das séries, do futebol e das novelas. Hoje juntam-se, de preferência num local com wi-fi grátis, para tirar fotografias, identificarem-se uns aos outros no instagram ou para comentarem no twitter, tal e qual a senhora Fernanda Câncio, a vida deste e daquele. Caso não encontrem um lugar que preencha este requisito, ficam colados ao ecrã na esperança de que não se acabem os dados móveis. Ou simplesmente a reclamarem. Ou a ativar e a desativar o wi-fi.  

Sei que posso estar a generalizar, mas a verdade é que eu, há uns dias, rodeada de 5 amigos, fui a única que nem se lembrou de fazer a típica pergunta ao empregado do bar: desculpe, qual é a senha?
E claro que para não ficar a falar para o boneco, também ativei o meu wi-fi, só para me sentir social. A única coisa que nos faltava fazer era mesmo socializar.